Inovação para advogados: tendências para ficar de olho em 2022

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Morgana Alencar

Introdução

Em pesquisa realizada pela Bloomberg Law, foram listadas três principais barreiras para a adoção de tecnologias e investimento em inovação para advogados. 

Segundo os entrevistados, os maiores desafios seriam: ausência de conhecimento tecnológico, falta de familiaridade com as ferramentas disponíveis e pouco tempo para dedicação ao aprendizado. 

Por outro lado, relatório da Deloitte realizado em 2018 destacou que 75% dos entrevistados concordavam que a função jurídica poderia desempenhar um grande papel na estratégia corporativa nos próximos três anos, com novas tecnologias abrindo as portas para essa mudança. Outra pesquisa da Deloitte revelou que mais de 100 mil funções jurídicas serão automatizadas até 2036

Hoje não há mais dúvidas quanto à transformação digital no setor jurídico, essa é uma realidade que já faz parte da agenda de advogados e gestores jurídicos que enxergam no investimento em inovação uma oportunidade para crescimento de negócio

Vejamos a seguir tendências para os próximos anos que devem estar cada vez mais presentes quando pensamos em inovação para advogados!

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Computação em nuvem, SaaS e cibersegurança 

Acompanhando o crescimento do trabalho remoto e compartilhamento cada vez maior de dados na advocacia, os ataques cibernéticos se tornaram uma temida realidade. 

De acordo com pesquisa realizada pela empresa de cibersegurança SonicWall, apenas no primeiro semestre de 2021 o sequestro de dados no mundo superou o número total de ataques referentes ao ano de 2020. 

Em um período de 6 meses, foram detectadas 304,7 milhões de tentativas de ransomware, enquanto no ano de 2020 as tentativas de ataque totalizaram 304,6 milhões. 

No âmbito jurídico, por exemplo, mais de 1,2 mil máquinas virtuais do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foram vítimas de ataques hackers.

A adoção da computação em nuvem reflete, portanto, em importante investimento em cibersegurança, posto que serviços em nuvem pública, como é o caso da contratação de SaaS ou Software como Serviço, garantem um sistema de segurança e privacidade em conformidade com a LGPD e demais regulamentações de segurança dos dados

Além disso, são vantagens também a possibilidade de trabalho remoto, redução de custos com aquisição e manutenção de infraestrutura, bem como com a compra de licenças, ganho de previsibilidade com cobrança por usuário, escalabilidade (que é a flexibilidade para aumento ou redução do armazenamento de dados de acordo com a necessidade do usuário),  etc. 

Quando consideramos o contexto de inovação na advocacia, o que está cada vez mais frequente é a adoção de tecnologias de softwares que estão na nuvem como medida que contribui tanto para a performance do negócio, como para a garantia de que os dados do escritório ou departamento jurídico estejam devidamente protegidos por criptografia e demais medidas de segurança cabíveis.

Segundo pesquisa realizada pela Forbes em 2018, houve um crescimento de 718% nas lawtechs, número que representa o crescente investimento em plataformas de gestão de escritórios e departamentos jurídicos, analytics e jurimetria, automação e gestão de documentos, dentre outros.  

Para conhecer as principais tecnologias disponíveis para o setor jurídico, veja abaixo o radar da AB2L do qual a Turivius faz parte: 

Radar de Lawtechs e Legaltechs Associadas

Seja no setor da advocacia pública ou privada, o que se percebe é que a adoção da computação em nuvem implica em eficiência, cibersegurança e redução de custos com a compra de hardwares e softwares e manutenção de infraestrutura, sendo uma tendência obrigatória para os próximos anos.    

Inteligência Artificial na advocacia

Ferramentas que dispõem de Inteligência Artificial representam grande investimento em escritórios e departamentos jurídicos que buscam associar alta performance com uma atuação mais estratégica e com foco no sucesso do cliente.

Nesse sentido, é papel da liderança mapear a atuação do seu time e o tempo gasto com a realização de tarefas repetitivas ou pouco estratégicas, de modo a ser avaliada a aquisição de tecnologias que possam contribuir para o crescimento do negócio em resultados, performance e fidelização de clientes. 

Isso porque, como bem sabemos, o jurídico operacional não raro acaba despendendo um tempo valioso na realização de atividades que poderiam ser completamente automatizadas ou otimizadas com o uso da tecnologia, como é o caso da redação de contratos e busca por jurisprudência em sites de tribunais.  

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Cultura Data-Driven 

Segundo a Cybersecurity Ventures, até 2025, o mundo armazenará 200 zetabytes de dados

Hoje, não apenas armazenamos uma quantidade antes inimaginável de dados, como também dispomos de tecnologias que permitem que façamos algo com eles, uma vez que com alguns cliques eles são transformados em informações e, consequentemente, em valor agregado ao negócio. 

Como trouxe a advogada Ana Catarina Alencar no artigo Métricas para departamentos jurídicos

“Sem métricas, a gestão do departamento jurídico é feita com menos informações. Ela corre o risco de passar por  uma série de dificuldades, especialmente no que diz respeito à tomada de decisão, uma vez que não haverá evidências para baseá-la e orientar o gestor.” 

Nesse sentido, contar com ferramentas que dispõem de relatórios com dados estratégicos para demandas processuais, informando, por exemplo, chances de êxito e indicando as argumentações que tiveram maior adesão pelo judiciário, contribuem diretamente para a tomada de decisões assertivas e estratégicas para o sucesso do negócio, ganho de casos e conquista de clientes. 

Veja abaixo como funciona a Jurimetria Tributária aqui na Turivius:

Equipes multidisciplinares

Como vimos até aqui, o desenvolvimento de um novo modelo de negócio baseado em tecnologia e na análise de dados acaba refletindo na demanda por profissionais com habilidades multidisciplinares e que superem questões meramente técnicas e processuais. 

Como exemplo, podemos pensar em habilidades comportamentais (soft skills), muito marcantes em áreas mais conectadas com o cliente, como é o caso dos profissionais que atuam com Customer Success e Legal Designer. 

Há também que se falar nos profissionais responsáveis por avaliarem os riscos do negócio a partir de dados, contribuindo para uma atuação mais estratégica do líder e liderados.

Ao contrário do que alguns mais receosos ainda possam pensar, o crescimento da tecnologia no setor jurídico passa a demandar o desenvolvimento de novas habilidades, criando também novas oportunidades para quem busca se inserir nesse mercado.

Ou seja, sempre que pensarmos em inovação para advogados devemos encarar a tecnologia como uma forte aliada, complementando o trabalho daqueles profissionais que se sentem estimulados, e não ameaçados, pelos novos desafios que surgem.  

Leia também:

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Sumário

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